7 coisas que faz uma mãe cansar de abrir mão da carreira

Se você abriu esse post, imagino que seja mulher. Ou o marido de uma que compartilhou o texto – afinal alguém falou a língua dela! Alguém que, assim como a grande maioria das mulheres, também teve que escolher – em algum momento – não priorizar a carreira. Pra priorizar filhos.

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Você pode ler logo os 7 tópicos lá embaixo, ou entender a coisa toda com maior clareza… Estou sem sono, no auge da atividade mental, inspirada e querendo escrever. O problema é que não tenho tempo durante o dia. E preciso dormir à noite pra aguentar o dia seguinte. Porque sou mãe. E, pra ajudar, escolhi ficar em casa, e trabalhar em home office. Não reclamo das minhas escolhas. Reclamo do que elas implicam. E olha que nem vou falar de bagunça, trabalho doméstico, banheiro sem companhia. Vou falar de carreira.

Essa semana estava organizando a agenda pra prestigiar eventos de grandes marcas, e não consegui logística pra ir a nenhum! São implicações da minha segunda opção (depois de ser mãe): curtir cada segundo do desenvolvimento das crianças, o que inclui não ter babá e Manu não ir pra escola, mesmo eu atuando profissionalmente. Me frustrei – não por não ter ido aos eventos (e papeado com colegas!) – mas porque sinto muito pela minha profissão… Sinto em ter que abdicar dela a todo instante. Ter que adiar ou frear planos, cronogramas, parcerias, e-mails, telefonemas, entrevistas, reuniões… Já não falo como uma mãe que praticava a maternidade em tempo integral (e não gostava de ser chamada de madame), mas como a mãe que voltou a trabalhar (leia o post de quando decidi seguir com essa opção), e tenta equilibrar pratos.

Perdi as contas de quantas vezes simplesmente cancelei, desisti, não encontrei formas de estar lá, ou dos “nãos” que falei. Minha primeira recusa foi para o cargo de editora-chefe, na área que eu sonhava, num veículo de comunicação conhecido. Léo tinha a idade da Manu… Como disse, não reclamo de abrir mão por eles! Nenhuma mulher reclama disso, acho. Mas, a gente sente falta de apoio. Não falo de maridos (estes aprendem a se desdobrar junto em logísticas e dilemas), mas da falta que nos faz uma rede de apoio maior: políticas empresariais mais flexíveis que valorizem mulheres com filhos, incentivos do governo para mães (e pais!), o fim da figura da “super-mulher” sem que isso nos prive de escolhas e etc…

Não me refiro só às mulheres que escolhem casa e filhos, ou o home office! Ser mulher e mãe já implica em colocar a maternidade sempre à frente do trabalho. Quantas executivas não postergam uma viagem de negócios por causa das crianças? Ou voltam antes? E quantas profissionais deixam de receber aquela promoção por não estar “se dedicando” ao trabalho como antes? Quantas abrem mão do cargo que tanto queriam??? …Quantos homens passam pelas mesmas situações?

As mulheres vivem um momento no qual conquistaram muito, mas patinam na autocrítica, na mania de abraçar o mundo, na utopia da igualdade plena de gêneros, e na frustração por enxergar que não…não dá!!! Não importa se está em casa ou no escritório. A conta não fecha! Não seria melhor nos libertarmos da “obrigação” de ser e fazer tanta coisa de uma vez? Mas…a gente tem que provar o tempo todo alguma coisa pra alguém, e pra nós mesmas. Se ficamos em casa, temos que ser boas mães, ótimas cozinheiras, esposas exemplares – e ainda escutamos cada coisa (veja 10 perguntas que você jamais deve fazer a uma mãe que fica em casa). Se saímos pra trabalhar, há de se ganhar bem, e ser presente no lar. Se faz home office? Ajoelha e reza! Pra que isso???

…A gente cansa mesmo. Abaixo, exatamente o que nos cansa e porquê. Vale a reflexão…

1 – Cansa não poder ser uma mulher diferente por dia: um dia aquela profissional mega produtiva e no outro a mãe que leva e traz, faz bolo de chocolate e conta histórias sem pressa. Seria perfeito, resolveria todos os nossos dilemas. Ou não!

2 – Cansa escutar “o que você fez o dia todo?”. E de ainda ter que ter disposição pra responder. Cansa tanto quanto chegar cansada e não poder ir direto pro banho.

3 – Cansa se perguntar “o que eu quero fazer de verdade?” – enquanto se culpa por deixar o bebê na creche ou por deixar o emprego de lado enquanto ele não vai pra creche.

4 – Cansa ouvir palpites sobre a educação dos SEUS filhos. Se vai pra casa da avó, vai ficar mimado. Se é você quem cuida, nunca vai ser independente. Se vai pra escola “coitado, nem fala ainda!”.

5 – Cansa ter que fazer essas escolhas sozinha. Não sem a opinião do marido, mas sem que ele também tenha que optar em algum momento. Ele não foi educado pra isso, nem você e nem o restante da sociedade… Raras exceções. Então fica por isso mesmo.

6 – Cansa ser mulher!!! E ter que abrir mão de tanto ao mesmo tempo que administra tanto!!!!!

7 – Cansa ser quase sempre a escolhida das madrugadas da criança, e ser chamada no quarto ao lado… “Mamaeeeee”.

Só tenho que contar uma coisa… E talvez isso ajude cada uma de nós a respirar fundo. O item 7 acabou de acontecer comigo. E – antes de minha filha voltar a dormir e de eu sentar aqui na cama dela pra terminar o texto pelo celular – escutei assim: “mamãezinha…eu te amo”. Disso nenhuma mãe cansa! E é o que faz todo e qualquer cansaço valer a pena, e o que nos dá força pra qualquer trabalho!!!!

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